Alimentação Saudável e Sustentável

Enquadramento

O Programa Eco-Escolas1, coordenado em Portugal pela Associação Bandeira Azul de Ambiente e Educação (ABAAE), trabalha com os estabelecimentos de ensino, metodologias e estratégias que procuram induzir a ação e participação da comunidade escolar na concretização de um plano de atividades – o qual é construído de forma participada, preferencialmente pelos estudantes, estabelecendo metas e objetivos para cada ano.
Para além da Água, Resíduos, Energia e do tema do ano, o plano de ação da escola que se pretende candidatar à Bandeira Verde inclui ainda a abordagem a outros temas e projetos que se enquadrem na educação para a sustentabilidade. A Alimentação Saudável e Sustentável é um desses temas, tendo sido integrado desde 2013 no Guia de Auditoria Ambiental Eco-Escolas2 e surgido como projeto autónomo [https://alimentacaosaudavelesustentavel.abae.pt/] desde 2015/16.

Desde 2016/2017 que este projeto conta com o patrocínio de Jerónimo Martins, empresa que detém, em Portugal, a cadeia de supermercados Pingo Doce, Recheio Cash-&-Carry e, ainda, várias unidades de produção agroalimentar através da Jerónimo Martins Agro-alimentar.
Através do incentivo à investigação para a concretização de desafios anuais, adequados aos diferentes graus de ensino, as crianças e jovens informam a comunidade que lhes é próxima acerca da importância de uma alimentação mais adequada para a saúde e para o ambiente.

1Eco-Escolas é um programa internacional da “Foundation for Environmental Education”, desenvolvido em Portugal desde 1996 pela ABAAE. Pretende encorajar ações e reconhecer o trabalho de qualidade desenvolvido pela escola, no âmbito da Educação Ambiental para a Sustentabilidade. O programa é coordenado a nível internacional, nacional, regional e de escola. Esta coordenação multinível permite a confluência para objetivos, metodologias e critérios comuns que respeitam a especificidade de cada escola relativamente aos seus estudantes e caraterísticas do meio envolvente. Em Portugal existem atualmente cerca de 2000 escolas a participar no Eco-Escolas.
2 A Auditoria Ambiental é um dos 7 passos da metodologia Eco-Escolas. Os outros são: Conselho Eco-Escolas, Plano de Ação, Monitorização e Avaliação, Integração Curricular, Comunicação e Divulgação na Escola e na Comunidade e Eco-Código.

Síntese do projeto

Através de diversas atividades idealizadas para diferentes faixas etárias, o projeto pretende motivar as crianças, jovens, professores, comunidade escolar e família para um maior conhecimento acerca das questões que se relacionam com a alimentação saudável e sustentável, para que estes estejam recetivos à introdução de mudanças (ou reforço) dos seus hábitos no dia-a-dia.

São, desta forma, propostos às escolas desafios que visam, por um lado, motivar a investigação acerca de diversos aspetos relacionados com o tema e, por outro, incentivar a apresentação de propostas que possam vir a fazer a diferença na alimentação quotidiana das crianças e jovens não só em contexto escolar, mas também em casa.

Metodologia

O projeto é trabalhado na sala de aula, sob orientação do professor que adequará as estratégias e atividades propostas ao nível de ensino em questão. No caso do surgimento de circunstâncias fora do controlo3 da escola, a ABAAE procurará dinamizar as atividades de forma atempada, alternativa (por exemplo não-presencial) e inclusiva junto das escolas, estudantes, professores, encarregados de educação e parceiros, com vista à prossecução de todos os desafios elencados neste documento. Pode, por exemplo, integrar áreas disciplinares específicas ou projetos de educação para a cidadania.

Cada desafio/atividade proposta com indicações específicas, pressupõe o desenvolvimento de um projeto em torno da sua concretização, que se inicia na investigação e culmina na comunicação dos produtos/resultados.

Este método é indutor do desenvolvimento de um conjunto de competências como a autonomia, criatividade, pensamento crítico, responsabilidade, colaboração, comunicação, entre outras.

O projeto é coordenado pela ABAAE que terá a seu cargo a comunicação com as escolas, a produção de conteúdos e de formação dirigida aos professores coordenadores, a gestão e manutenção do site, o acompanhamento das escolas e a avaliação. São ainda convidados diversos parceiros para colaboração no projeto, nomeadamente para apoio às atividade e prémios, produção de conteúdos, formação e avaliação, excluindo-se entidades do mesmo sector de atividade do patrocinador principal (retalho alimentar) em linha com o Considerando D do protocolo estabelecido entre as partes.

3Incluem-se nesta categoria a ocorrência de situações de natureza extraordinária ou imprevisíveis e exteriores à escola tal como pandemias e/ou epidemias, catástrofes naturais, greves gerais de âmbito nacional, decisões governamentais ou outras situações não controláveis.

Prazos

Inscrições na Plataforma Eco-Escolas: até 29 de fevereiro (exceto Eco-Ementas)
Até 6 de fevereiro: submissão das Eco-Ementas e respetivas memórias descritivas
Até 29 de maio: submissão dos trabalhos

Quem pode participar

Podem participar todas as escolas da rede Eco-Escolas de todo o país. Podem concorrer nas seguintes categorias:

ESCALÃO 1 – Jardim de Infância e 1º ciclo
ESCALÃO 2 – 2º e 3º ciclo
ESCALÃO 3 – Secundário, Profissional e Superior, e eventualmente sénior

Objetivos

  • Promover a educação alimentar e nutricional dos jovens, incentivando a adoção de uma alimentação equilibrada, saudável e sustentável, com impacto positivo na saúde e no ambiente;
  • Contribuir para a educação para a saúde, promovendo escolhas alimentares informadas e responsáveis;
  • Valorizar a Dieta Mediterrânica como modelo de alimentação saudável, sustentável e culturalmente relevante;
  • Integrar a temática da alimentação saudável no trabalho pedagógico das escolas, de forma interdisciplinar e articulada com o currículo e outros projetos Eco-Escolas.
E ainda…
  • Sensibilizar a comunidade educativa (alunos, professores, famílias) para a importância da alimentação na saúde;
  • Aplicar conceitos curriculares de diferentes áreas (Ciências, Cidadania, Matemática, Geografia, etc.) de forma prática e contextualizada — como a roda dos alimentos, o valor nutricional e a pegada carbono dos alimentos;
  • Promover hábitos alimentares sustentáveis, tendo em conta a origem, o modo de produção e a sazonalidade dos produtos alimentares, reforçando a ligação com o território local;
  • Estimular alternativas alimentares mais saudáveis, simples e exequíveis, através de atividades práticas;
  • Fomentar a inclusão e a participação ativa dos estudantes em todo o processo, valorizando o trabalho em equipa, a autonomia e o desenvolvimento pessoal e social;
  • Incentivar a interdisciplinaridade, através do planeamento integrado das atividades e da sua integração nos diferentes níveis de ensino (básico, secundário, profissional, universitário e sénior).

Competências e aprendizagens

  • Desenvolver consciência crítica sobre hábitos alimentares e compreender a ligação entre alimentação, saúde e sustentabilidade;
  • Aplicar metodologias de investigação e planeamento para conhecer a origem, produção e impacto ambiental dos alimentos;
  • Valorizar os princípios da Dieta Mediterrânica e de uma alimentação equilibrada, saudável e acessível;
  • Relacionar escolhas alimentares com as suas consequências para a saúde pessoal e o ambiente;
  • Promover ações práticas e colaborativas que incentivem uma alimentação saudável e sustentável.

Relação com os ODS