Trabalhos 2018/2019
Colégio-Creche Nossa Senhora da Bonança do Candal (Vila Nova de Gaia)
Atividade: B - Painel dos Alimentos
Escalão:
Idade média dos participantes:
6 a 10 anos
Memória descritiva:
A escolha das espécies a integrar no painel foi ao encontro não só de alguns peixes tipicamente portugueses como também dos peixes mais consumidos no refeitório do Colégio de forma a familiarizar os alunos com as espécies e assim fomentar a sua aceitação.
Sendo assim foram escolhidas 9 espécies distintas de peixe (que foram distribuídas e trabalhadas por turma): Pescada branca, Peixe-espada preto, Salmão, Abrótea, Sardinha, Bacalhau, Atum, Carapau e Peixe vermelho.
A Pescada branca vive nas águas profundas (30 a 1000m) do Atlântico Nordeste e Mar Mediterrâneo, é um peixe magro rico em cálcio, magnésio e potássio. A sua captura é apenas permitida acima de 27 cm de comprimento. Este peixe migra para a costa no verão assim como o peixe-espada preto que é também o peixe magro rico em fósforo, potássio e vitamina A. Habita as zonas profundas (200 a 1600m) da zona de Sesimbra e dos Arquipélagos. O carapau, por sua vez, vive nas águas salgadas do Atlântico Nordeste, Arquipélago da Madeira e Mar Mediterrâneo. Este peixe é uma fonte de cálcio, ferro e potássio. Ao longo do ano, os peixes sofrem oscilações no seu teor lipídico, relacionadas com o estado de maturação, género, épocas do ano, migrações e alimentação, este é o caso do Carapau que consoante a altura do ano poderá ser considerado um peixe magro ou gordo.
A abrótea e o peixe vermelho vivem nas águas salgadas do Atlântico Nordeste ao largo dos arquipélagos (Madeira e Açores) assim como a sardinha que tem como tamanho mínimo de captura 11 cm e a sua época de reprodução é desde o outono a abril. O Atum tem como peso mínimo de captura: 3,2 kg, reproduz-se no verão e também vive no Atlântico Nordeste e Mar Mediterrâneo. O Bacalhau habita nos Oceanos Atlântico e Pacifico na costa da Noruega e Alasca respetivamente. O Salmão é proveniente do oceano Atlântico e curiosamente não é originariamente avermelhado, mas sim branco, a tonalidade que adquire provém da sua alimentação pelo que pode ser variável. O salmão assim como o atum e a sardinha são os chamados peixes gordos e são uma importante fonte de lípidos, sobretudo ácidos gordos polinsaturados, mais especificamente ácidos gordos essenciais ómega-3. O organismo consegue sintetizar a maioria dos ácidos gordos, exceto o ácido linoleico (LA) - ómega-6 e alfa-linolénico (ALA) - ómega-3, devendo estes ser obtidos através da alimentação. O ómega-3 tem como principais benefícios para a saúde humana a diminuição do risco de doenças cardiovasculares e a proteção contra os processos inflamatórios vasculares e contra as doenças neurodegenerativas (ex.: Doença de Alzheimer).
Os peixes magros apresentam um conteúdo médio de lípidos totais que ronda os 2%, ou seja, são peixes com baixo teor de gordura.
Já os peixes gordos têm um elevado teor de gordura de cerca de 10%, Destes, as espécies mais gordas, como a sardinha, apresentam um conteúdo superior em ácidos gordos polinsaturados, o que representa uma vantagem em termos nutricionais.
De entre os peixes gordos apresentados, o atum é o que tem menor valor de gordura total e maior quantidade de proteínas, seguida da cavala e da sardinha. O seu conteúdo proteico é ligeiramente superior ao dos peixes magros referidos (carapau, peixe-espada-preto, pescada-branca). O atum, a cavala e a sardinha são ricos em vitaminas lipossolúveis (A e D), sendo o carapau o peixe magro com maior teor de vitamina D. O carapau é, igualmente, o peixe magro com maior teor de vitamina B12 e, no caso dos peixes gordos, a cavala e a sardinha também apresentam conteúdos apreciáveis desta vitamina.
Todos os peixes referidos, magros e gordos, fornecem boas quantidades de potássio, fósforo e iodo. A sardinha, o carapau e a pescada são os que têm maior conteúdo em cálcio.
O respeito pelos tamanhos mínimos de captura e épocas de reprodução das diferentes espécies de peixe é fundamental para a sustentabilidade do sector de pesca, assim como o cumprimento de quotas estabelecidas.
Relativamente ao consumidor, a selo CCL possibilita ao consumidor realizar as suas escolhas alimentares, de forma mais consciente e esclarecida.
O Comprovativo de Compra em Lota (CCL) é um selo que tem como objetivo valorizar o setor das pescas em Portugal, bem como o pescado que é transacionado nas lotas portuguesas. O CCL permite comprovar que o pescado foi controlado desde o momento de captura e que foram aplicadas as regras de rastreabilidade exigidas por lei. Por norma, o pescado identificado com o CCL é capturado por embarcações nacionais ao longo da costa do país, pressupondo menores gastos energéticos durante a captura e transporte, favorecendo assim quer o ambiente quer a economia. O comprovativo permite identificar a zona de captura e a arte de pesca utilizada para apanhar o pescado. O pescado que tem este comprovativo, respeita as quotas estabelecidas e a sazonalidade de cada espécie permitindo, assim, a sua preservação.
Anexos:
Características do painel:
A base para a colocação do nosso trabalho é um painel de cortiça composto por 12 quadrados de cortiça com 50 cm de lado e 1,5 cm de grossura (4 quadrados de comprimento por 3 de altura – 2m x 1.5m). Este painel encontra-se afixado numa das paredes da cantina. Cada turma ficou responsável pela construção/representação de uma espécie de peixe, utilizando apenas materiais reciclados ou recicláveis e respeitando os tamanhos que estas espécies podem ter. Para além disso, ficaram responsáveis pela pesquisa e recolha de dados sobre os mesmos. Após os trabalhos serem recolhidos, usou-se papel de lustro azul e verde para forrar a cortiça e assim representar o mar e os 9 peixes foram lá afixados. De seguida, as informações recolhidas foram transformadas em balões de fala, de modo a que cada peixe “fale” de si. Usando tiras de cartolina amarela fez-se a representação gráfica do tamanho mínimo de captura que foi colocada por baixo de cada peixe.
Registo fotográfico: