Trabalhos 2023/2024

Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar - Politécnico de Leiria (Peniche)

Atividade:  Painel dos Alimentos: Aditivos ou Açúcar

Escalão: 2º e 3º Escalão: Painel dos Aditivos

Resultados dos inquéritos, produtos selecionados?
A turma do 1.º ano da licenciatura em Gestão da Restauração e Catering (GRC) da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar do Politécnico de Leiria, de Peniche (ESTM-Politécnico de Leiria) elaborou um questionário no GoogleForms, para obtenção de respostas da turma e dos colegas do 2.º e 3.º ano. Após conclusão do questionário (aplicado aos três anos de GRC), os produtos mais consumidos foram os seguintes: Cereais de chocolate, Pão tradicional, Iogurte com sabor, Leite com chocolate, Queijo.
Com as respostas obtidas foi possível verificar que os alimentos processados são os mais consumidos no dia-a-dia dos estudantes, representando 48,1 % das respostas dos inquiridos, seguido de frutas e legumes com 37%, e dos doces e salgados com 14.8%. A maioria dos estudantes (59,3%) afirma seguir uma alimentação saudável, ao contrário dos 40,7%. Conscientes da importância de ler os rótulos dos alimentos processados, 74,1% dos inquiridos respondeu afirmativamente à questão de “tens por hábito verificar os rótulos antes da compra?”, indicando como principais razões a verificação da validade bem como das calorias presentes nos produtos a adquirir. Relativamente à questão sobre se conheces aditivos alimentares, a maioria dos estudantes não conhece os aditivos e não tem o hábito de ler os rótulos dos produtos. Quem lê os rótulos referiu que o faz para saber o prazo de validade do mesmo e em termos de valor nutricional por causa do exercício físico que praticam e que, por isso, necessitam de controlar as calorias ingeridas.

Pesquisa e investigação sobre o consumo excessivo do açúcar/aditivos:
De acordo com o Regulamento (CE) N.º 1333/2008 do Parlamento Europeu e do Conselho relativo aos aditivos alimentares, estes são qualquer substância não consumida habitualmente como géneros alimentícios, com ou sem valor nutritivo, e cuja adição intencional aos géneros alimentícios, com ou sem valor nutritivo, e cuja adição intencional aos géneros alimentícios, com um objetivo tecnológico na fase de fabrico, transformação, preparação, tratamento, embalagem, transporte ou armazenagem, tenha por efeito, ou possa legitimamente considerar-se como tendo por efeito, que ela própria ou os seus derivados se tornem direta ou indiretamente um componente desses géneros alimentícios”.
Os aditivos alimentares podem ser divididos em 27 classes funcionais como edulcorante, corante, conservante, antioxidante, agentes de transporte, acidificantes, reguladores de acidez, antiaglomerante, antiespuma, agentes de volume, emulsionantes, sais de fusão, agentes de endurecimento, intensificador de sabor, espumante, gelificante, agentes de revestimento, humidificantes, amidos modificados, gases de embalagem, propulsores, levedantes químicos, sequestrantes, estabilizadores, espessantes, agentes de tratamento de farinha, intensificadores de contraste (DGAV, 2024).
A escolha do tipo de aditivo a adicionar no processamento alimentar depende do objetivo que se pretende como, (1) conservar a qualidade nutritiva dos alimentos; (2) fornecer os ingredientes ou componentes necessários tendo em vista os grupos de consumidores com necessidades nutricionais especiais; (3) aumentar a conservação ou a estabilidade de um alimento ou melhorar as suas propriedades organoléticas, desde que não altere a natureza, a essência ou a qualidade deste modo suscetível de induzir o consumidor em erro; coadjuvar o fabrico, a transformação, a preparação, o tratamento, a embalagem, o transporte ou a armazenagem dos alimentos, incluindo os aditivos alimentares, as enzimas alimentares e os aromas alimentares, desde que o aditivo alimentar não seja utilizado para dissimular os efeitos da utilização de matérias-primas defeituosas ou de métodos ou técnicas indesejáveis, incluindo métodos ou técnicas não higiénicos, durante qualquer uma daquelas operações (Regulamento n.º 1333/2008).
Atualmente, a maioria dos consumidores preferem alimentos não processados e alimentos de origem biológica. Em relação à embalagem estão conscientes de que se tiverem a indicação de que apresentam 0% de açúcares na sua formulação, o mais provável é que na sua composição foram adicionados aditivos que executam a mesma função nos alimentos processados. Ao adquirir um produto alimentar, uma questão que preocupa os consumidores é que deve fornecer os componentes nutricionais necessários a consumidores com necessidades nutritivas especiais. Importa ainda referir que o seu consumo excessivo poderá ter consequências como “desconforto gastrointestinal, flatulência ou diarreia”.
Os aditivos normalmente adicionados aos produtos consumidos ao pequeno-almoço como os cereais, iogurte, pão, queijo são: E102, E960, E412, E322. Alguns aditivos, como corantes e conservantes, quando consumidos diariamente, podem causar vários problemas de saúde a longo prazo, como distúrbios gastrointestinais, desequilíbrios hormonais e até mesmo o aumento do risco de várias doenças crónicas, doenças cardiovasculares e até mesmo doenças mentais. Alguns aditivos alimentares, como sulfitos, corantes e glutamato monossódico podem provocar dor de cabeça, irritação no estômago, reações alérgicas, náuseas, dermatite de contato ou rinite. A ingestão elevada e por longos períodos de conservantes como nitritos e nitratos, também pode aumentar o risco do surgimento de alguns tipos de cancro, como de mama e próstata.
Exemplos de aditivos alimentares e as suas consequências na saúde do consumidor
- Dióxido de titânio, um aditivo alimentar habitualmente utilizado, como corante alimentar no processamento dos alimentos. A DGAV publicitou o Regulamento (EU) n. 2022/63 que proíbe o uso do aditivo alimentar dióxido de titânio (E 171) em géneros alimentícios. Quando uma situação destas ocorre, casos aplica-se um período de 6 meses a contar da data em vigor, de forma a possibilitar a adaptação das receitas e /ou formulações de produtos alimentares sem a adição do dióxido de titânio (Destaque DGAV, 2024).
- Glutamato monossódico; sal do E 620, que se encontra de forma natural na alga japonesa conhecida por seatango, e utiliza-se como intensificador de sabor e substituto do sal, sendo comercializado com a designação de Aji-no-moto. De acordo com estudos preliminares, o seu consumo pode desencadear a «síndroma dos restaurantes chineses», que se manifesta por palpitações, dores de cabeça, tonturas, náuseas, dores no pescoço, endurecimento muscular e fraqueza dos braços. Este aditivo não deve ser aplicado em alimentos para bebés, sendo a sua adição proibida (ASAE-segurança alimentar, 2024).
Referências bibliográficas:
• Aditivos alimentares – Classes funcionais. Consulta realizada em: dgav.pt/wp-content/uploads/2021/01/Aditivos-alimentares---Classes-funcionais.pt (2024-05-28).
• Destaque, DGAV. Consulta realizada em: dgav.pt/destaques/noticias/publicado-o-regulamento-que proíbe-o-dióxido-de-titanio-como-aditivo-alimentar-na-eu/ (2024-05-04)
• DGAV. Aditivos Alimentares. Consulta realizada em https://www.dgav.pt/alimentos/conteudo/generos-alimenticios/garantir-a-seguranca-dos-alimentos/aditivos-enzimas-e-aromas/aditivos-alimentares/ . (2024-05-28).
• Regulamento (CE) N.º 1333/2008 do Parlamento Europeu e do Conselho de 16 de dezembro de 2008 relativo aos aditivos alimentares (versão consolidada – 2018/08/12).
• Regulamento (UE) N.º 1130/2011 da Comissão de 11 de novembro de 2011. Altera o anexo III do Regulamento (CE) n.º 1333/2008 relativo aos aditivos alimentares, mediante o estabelecimento de uma lista da União de aditivos alimentares autorizados para utilização nos aditivos, enzimas e aromas alimentares e nutrientes.
• Regulamento (UE) N.º 231/2012 da Comissão de 9 de março de 2012 que Estabelece especificações para os aditivos alimentares enumerados nos anexos II e III do Regulamento (CE) n.º 1333/2008
• Segurança alimentar, ASAE. Consulta realizada em https://www.asae.gov.pt/seguranca-alimentar/aditivos-alimentares/outros-aditivos.aspx (2024-05-20).

Memória descritiva:
O Painel dos Aditivos Alimentares elaborado pelos estudantes do 1.º ano da licenciatura de Gestão da Restauração e Catering (GRC), da ESTM-Politécnico de Leiria, no decorrer do 2.º semestre do ano letivo de 2023/2024, na unidade curricular de Ciência dos Alimentos, teve como objetivos:
- compreender a ação dos aditivos alimentares nos alimentos processados. Estes produtos são cada vez mais procurados e consumidos por cada um de nós, e são várias as razões para tal acontecer, como o gostarmos de um bolo com uma cor característica, viva e uniforme, ou se preferimos um alimento com uma textura mais firme, crocante, devido ao seu acondicionamento em atmosfera controlada, e de um alimento que podemos ter em casa durante bastantes dias, sem corrermos o risco de após o consumirmos nos sentirmos doentes, mantendo os seus atributos sensoriais como no momento em que foram processados. É verdade, a maioria das nossas escolhas levam a que no nosso prato, existam alimentos com muitos aditivos alimentares, sejam eles corantes, modificadores de textura, antioxidantes, entre outros.
- alertar para a importância da leitura dos rótulos que contém informação sobre todos os ingredientes, matérias-primas utilizadas para o processamento do referido alimento.
- analisar se as nossas escolhas alimentares conduzem a adoção de uma alimentação mediterrânica, saudável e sustentável
- divulgar o trabalho, inicialmente elaborado pelos colegas do curso, e após finalização comunicar à comunidade académica da ESTM-Politécnico de Leiria, através da exposição do painel de aditivos alimentares na cantina da escola durante 1 semana como evidenciado pelas fotografias.
Para tal, foram realizados vários momentos para a obtenção dos resultados e consequente elaboração do painel de aditivos alimentares

Registo fotográfico:

Inquéritos realizados: